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Produto à base de babosa desenvolvido na UFG ajuda na identificação de corpos no IML

Considerado barato e inovador, item foi criado em parceria com a Polícia Civil de Goiás. Após imersão no líquido, as impressões digitais se tornam mais visíveis.



G1-Goiás

Produto à base de babosa desenvolvido na UFG ajuda polícia a identificar corpos no IML em Goiânia Goiás — Foto: Michel Gomes/g1 Goiás





A aloe vera, popularmente conhecida como babosa, ganhou destaque em um produto desenvolvido na Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com a Polícia Civil de Goiás (PC-GO). Após a imersão no líquido, as impressões digitais de corpos em condições difíceis de reconhecimento, como os carbonizados ou mumificados, se tornam mais visíveis e facilitam a identificação.


“A babosa é importante porque é uma planta que produz um gel hidratante e substâncias que combinam muito com a pele. Neste caso, a identificação papiloscópica é feita através do contato desse extrato de babosa com a papila [pequeno relevo da superfície dos dedos]”, explicou Edemilson Cardoso, professor coordenador do projeto de criação do produto.


Considerado barato e inovador, o produto foi criado na Faculdade de Farmácia (FF) da UFG e é usado pela Superintendência de Identificação Humana (SIH) nas Unidades de Necropapiloscopia da PC-GO, em Institutos Médicos Legais (IMLs). Com a ação do extrato de babosa, o papiloscopista faz a “leitura” da digital de forma mais clara e rápida, segundo Lais Nogueira Magno, coordenadora da Divisão de Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento da SIH.


“Para alguns tipos de cadáveres especiais, é comum usar a glicerina. Em algumas situações, o dedo do cadáver poderia ficar até uma semana para que as cristas de fricção aparecessem para a coleta de impressões digitais. Fazendo um paralelo com o extrato de aloe vera, já conseguimos bons resultados com 24 horas em que o dedo foi submetido à solução”, descreveu Lais.


Com a glicerina, a identificação poderia demorar até uma semana e, com o produto de babosa, em 24 horas as equipes do SIH já tiveram resultados positivos. Outro ponto que destaca a importância do composto é o custo. Segundo Edemilson Cardoso, com cerca de R$ 100, é possível produzir 10 litros do produto, que pode durar por meses.


“É bem vantajoso. Alguns produtos que utilizamos são importados, outros só conseguimos comprar em grande quantidade. Com essa parceria com o laboratório da UFG, conseguimos produzir uma grande quantidade de material utilizando produtos naturais com um valor muito acessível”, completou Lais.


A coordenadora ponderou que um litro da glicerina usada para a identificação custa entre R$ 70 e R$ 90. A equipe usa cerca de 5 a 10 ml de glicerina por dedo tratado.

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