Enquanto José Nelto afirma que a eleição foi legítima e democrática, Flávia Morais questiona o processo
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A eleição para a liderança da bancada goiana no Congresso Nacional, realizada na última terça-feira (11), continua repercutindo nos bastidores políticos e promete novos desdobramentos.
O pleito, que resultou na vitória do deputado federal José Nelto (União Brasil) por 7 votos a 6 contra a deputada federal Flávia Morais (PDT), que presidiu o colegiado ao longo dos últimos seis anos, tem sido alvo de contestação e movimentações políticas nos bastidores.
Há duas versões sobre o processo, que ambos relataram.
Enquanto José Nelto afirma que a eleição foi legítima e democrática, Flávia Morais questiona o processo e argumenta que, caso fossem contabilizados votos enviados por senadores e deputados que não estavam presentes, ela teria o apoio de 11 parlamentares.
“O desconforto da bancada é porque eles entendem que não foi uma decisão da maioria. A bancada é um colegiado. Alguns parlamentares votaram por escrito, saíram e, na hora, não aceitaram os votos. Então esse é o desconforto. A bancada vai se reunir e decidir, e agora é esperar a próxima semana para conversar”, disse Flávia Morais.
Ela também afirma que, sem as assinaturas necessárias, o resultado ainda não foi oficialmente reconhecido. “Hoje a CMO [Comissão Mista de Orçamento] não aceita o nome de José Nelto como coordenador porque não tem a assinatura de dois senadores”, argumentou.
José Nelto criticou duramente a postura da adversária e afirmou que ela não aceita o resultado da eleição. “Ela aceitou o resultado na hora, tirou foto, posou com todo mundo e depois articulou um golpe. Agora, quer ficar eternamente no cargo? Isso tem seis anos… tem algo por trás desse desespero”, declarou chamando-a de ditadora.
O deputado também reforçou que senadores ausentes poderiam ter comparecido para votar e negou qualquer irregularidade no processo. “Wilder e Kajuru poderiam ter ido lá e votado nela. Toda eleição tem sua abstenção e não comparecimento. A ação dela é antidemocrática e golpista”, disse Nelto. “O que acontece é que a Flávia Mauro Morais não quer largar o osso. Ela não aceita o resultado. Ela está montando uma tentativa de golpe”, reforçou.
Flávia Morais rebateu as declarações e acusou José Nelto de praticar violência política de gênero, ao usar a imprensa para atacá-la e criar apelidos depreciativos. “Eu não tenho dúvidas de que o parlamentar está agindo com violência política de gênero. Vou encaminhar o caso ao Conselho de Ética da Câmara”, afirmou.
A deputada ainda reforçou que está disposta a enfrentar o debate. “Nós vamos discutir, vamos enfrentar, em respeito a tantas mulheres na política que muitas vezes são desrespeitadas e colocadas dessa forma. Mas quem vai decidir não sou eu, é a maioria da bancada”, declarou.
Diante do impasse, Flávia Morais defende que a bancada deve se reunir novamente para chegar a um consenso sobre a eleição. “Hoje, a CMO não aceita o nome do novo coordenador porque o processo ainda não foi concluído. Pode ser que amanhã ele consiga, mas não é indo para a imprensa me criticando que ele vai conquistar apoio”, afirmou.
Ela também destacou a importância do respeito entre os parlamentares e a necessidade de manter a bancada unida. “Eu jamais vou chegar e criar apelidos ou fazer chacota com um parlamentar. A gente fala o que quer, mas tem que ter responsabilidade”, disse.
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